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McLuhan |
O segundo mito a que alude Christensen é o discurso que glorifica a internet por expressar o mundo em que vivemos, sem fronteiras ou barreiras nacionais. O Wikileaks seria o primeiro veículo de imprensa alheio a qualquer poder estatal. Mas é justamente o contrário: o site tem sua base na Suécia, que tem um grande nível de proteção do anonimato das fontes. E os documentos destinados ao site passam pela intermediação de servidores da Bélgica, que também tem leis rigorosas de proteção às fontes. "Se é verdadeiro que a estrutura do Wikileaks foi pensada para contornar certas legislaçãoes nacionais, ela também é destinada a tirar vantagem das leis de outros países", diz Christensen.
Finalmente, é uma falácia a ideia de que as mídias sociais decretaram a morte do velho e bom jornalismo investigativo. O episódio do Wikileaks mostra justamente o contrário. Semanas antes de divulgar na internet os documentos sobre a guerra do Afeganistão, o site enviou-o a dois grandes jornais e uma revista de grande público internacional (o britânico The Guardian, o americano The New York Times e a alemã Der Spiegel). Se tivessem colocado diretamente on-line, os meios de comunicação mundiais teriam se precipitado sobre as informações, criando um caos de análises dispersas e confusas. "A hipótese da morte do jornalismo e do desaparecimento do Estado-Nação incorrem no mesmo equívoco ao misturar evolução e eliminação. As circunstâncias e o sucesso da difusão dos documentos sobre a guerra no Afeganistão mostram que o jornalismo 'tradicional' não perdeu sua utilidade. O que mundou nos últimos 20 anos foi a natureza do papel desempenhado pelo jornalista, que deve agora levar em conta o manejo da informação em novos meios", finaliza o prof. Christensen.
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Massacre no Iraque denunciado pelo Wikileaks |
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Umberto Eco |
Wikilieaks Afghanistan "War Diary"
Parece que começamos a romper a dicotomia entre apocalípticos e integrados de que fala Umberto Eco.
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