O uso e abuso da marquetagem por políticos profissionais têm feito estragos à vida pública, principalmente em países que se redemocratizaram depois de anos de ditadura. É uma das consequências de encarar o eleitor como mero consumidor, ao invés de cidadão. No Brasil, nós tivemos uma experiência trágica em 1989, na primeira eleição presidencial depois de 30 anos, quando Fernando Collor de Mello, um picareta que os marqueteiros e parte da grande mídia transformaram em “caçador de marajás”, foi eleito presidente da República. Tudo porque, à época, qualquer um era bom para nossa oligarquia, desde que conseguisse derrotar o “sapo barbudo”.
Nesta eleição de 2010, numa situação de absoluta normalidade democrática, atingimos paradoxalmente o fundo do poço em termos de despolitização. O maior exemplo disso foi a reação dos estrategistas da campanha de Dilma Rousseff aos ataques dos tucanos, das igrejas e da grande mídia, que a acusaram de ser a favor do aborto. A candidata, sob orientação os marqueteiros, virou uma beata de carteirinha, sendo mostrada em cerimônias religiosas fazendo o sinal da cruz e dando declarações “a favor da vida”, falando em Deus, fé e etc. Além de deixar Dilma refém do adversário, essa tática ofende a inteligência do eleitor e transmite a idéia de que o povo é burro (“alienado”?) e não sabe discernir seus interesses. Não deixa de ser uma outra maneira, talvez mais sutil, de desqualificar o voto dos pobres, como analisou a Maria Rita Kehl naquele famoso artigo no Estadão que lhe custou o emprego.
A farsa: construção de um personagem |
Nesta eleição de 2010, numa situação de absoluta normalidade democrática, atingimos paradoxalmente o fundo do poço em termos de despolitização. O maior exemplo disso foi a reação dos estrategistas da campanha de Dilma Rousseff aos ataques dos tucanos, das igrejas e da grande mídia, que a acusaram de ser a favor do aborto. A candidata, sob orientação os marqueteiros, virou uma beata de carteirinha, sendo mostrada em cerimônias religiosas fazendo o sinal da cruz e dando declarações “a favor da vida”, falando em Deus, fé e etc. Além de deixar Dilma refém do adversário, essa tática ofende a inteligência do eleitor e transmite a idéia de que o povo é burro (“alienado”?) e não sabe discernir seus interesses. Não deixa de ser uma outra maneira, talvez mais sutil, de desqualificar o voto dos pobres, como analisou a Maria Rita Kehl naquele famoso artigo no Estadão que lhe custou o emprego.
Gonzalo Sánchez de Lozada |
James Carville |
Our brand is crisis (2005) – 1ª parte
http://www.youtube.com/watch?v=F_Cv-Ftowaw&feature=related
Our brand is crisis – 11ª parte
E este vídeo mostra a crise final do governo de Sánchez de Lozada
http://www.youtube.com/watch?v=aDtTBEcPjwc
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