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domingo, 30 de janeiro de 2011

MEMÓRIA DE UM GIGANTE

Nascido a 20 de janeiro de 1882, Franklin Delano Roosevelt foi o mais influente presidente americano do século XX. Seus quatro mandatos consecutivos (1933-1945) foram únicos na história americana. Não há um só republicano que chegue aos pés dele, exceto Abraham Lincoln, que foi do século XIX e na época defendia bandeiras que depois seriam abraçadas pelos democratas. Roosevelt assumiu a Casa Branca em 1933, em maio à Grande Depressão, com seu explosivo coquetel de alto desemprego e conflitos sociais que na Europa abriu o caminho para o fascismo. O primeiro grande sucesso de Roosevelt foi preservar a democracia americana dessa ameaça por meio do New Deal - um vasto programa de corte keynesiano que previa a intervenção governamental para a criação de empregos, apoio à agricultura, legislação trabalhista e fortalecimento do ambiente empresarial. Roosevelt não hesitou em adotar medidas heterodoxas, desvalorizando artificialmente o dólar de maneira a incentivar a produção agrícola interna. Ele também colocou-se contra a tradição política americana, fortalecendo o poder da União vis-à-vis os Estados. Chegou a peitar a Suprema Corte quando esta questionou a constitucionalidade do New Deal. Com a guerra se aproximando da Europa, o presidente desafiou a opinião pública majoritariamente isolacionista, fazendo aprovar o Land-Lease Act (Lei de Empréstimos e Arrendamentos), que conferia poderes ao Executivo para vender, transferir, trocar, arrendar e emprestar armamentos e equipamentos a qualquer país, sempre que a defesa dos Estados Unidos assim o exigisse. A lei fora motivada diretamente pela situação do Reino Unido, que em janeiro de 1941 não dispunha de reservas de ouro ou dólares para comprar nos EUA as armas que necessitava para fazer frente ao esforço de guerra contra o III Reich. Em dezembro de 1941, os japoneses deram uma mão aos propósitos do presidente, atacando a base americana de Pearl Harbour, no Pacífico, possibilitando os EUA entrarem na guerra. A colaboração com a União Soviética, a partir das cúpulas de Yalta e Teerã, tornou-se o mais importante elemento de sua política externa durante a Segunda Guerra Mundial, embora ele pessoalmente se opusesse à política de equilíbrio de poder e divisão de esferas de influência. Sua oposição aos impérios coloniais levou-o a conflitos com os aliados Winston Churchill e Charles De Gaulle. O mote "A única coisa que devemos ter medo é o próprio medo" tornou-se a divisa de sua administração.  

    




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