A contínua expansão da demanda dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), mas principalmente dos BICs, pode ser a única saída para a grave crise vivida hoje pelo capitalismo em escala mundial. Ao contrário dos Estados Unidos e da Europa, que depois da inflexão keynesiana para enfrentar a crise de 2008 voltaram a apostar no cassino financeiro globalizado e em seus agentes, os BRICs investiram na economia real e se voltaram para seus mercados internos, retirando milhões de pessoas da pobreza e da miséria. Hoje, os BRICs têm três vezes mais reservas internacionais do que o Grupo dos Sete (G-7: Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Japão, França, Itália e Canadá) e controlam 70% dos títulos do Tesouro americano em poder de países estrangeiros. E, como vimos, o rebaixamento da nota dos títulos americanos pela S&P derrubou as bolsas no mundo todo, mas não demoveu os investidores de buscar refúgio nos papéis americanos, muito pelo contrário.
Isso mostra que precisamos investir cada vez mais na produção e na inovação tecnológica, direcionando o eixo dinâmico da economia prioritariamente para o mercado interno, de maneira a garantir a melhoria de renda da maioria da população e o aumento de empregos. O Brasil também deve se aprofundar nas relações Sul-Sul, cujo caminho, é bom não esquecer, foi aberto pela diplomacia do atual ministro da Defesa, Celso Amorim - e, ao mesmo tempo, exigir relações de troca mais justas com o maior dos BRICs, a China. E medidas heterodoxas, como o controle de capital, também devem estar na agenda do governo se quisermos sair do furacão.
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E não é que a Teoria da Dependência ficou de ponta-cabeça?
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