Agosto sempre foi um mês aziago para a política brasileira. As maiores tragédias nacionais ocorreram neste fatídico mês. Tá certo, outros episódios mais trágicos, como o início da I Guerra Mundial e as bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, também foram paridos em agosto. Mas o número de crises e tragédias ocorridas aqui neste mês impressiona:
5 de agosto de 1954 – Atentado contra o deputado Carlos Lacerda, líder da oposição a Getúlio Vargas, na rua Tonelero, mata um oficial da Aeronáutica e desencadeia uma campanha pelo afastamento do presidente.
24 de agosto de 1954 – Pressionado pela oposição udenista e pelos militares, o presidente Getúlio Vargas suicida-se no Palácio do Catete, provocando imensa comoção popular e adiando em dez anos o golpe da direita cívico-militar.
25 de agosto de 1961 – O presidente Jânio Quadros renuncia depois de sete meses de mandato, mergulhando o país numa profunda crise institucional. O gesto foi interpretado como uma maneira de obter poderes especiais para governar acima do Congresso e dos partidos. A oposição das Forças Armadas à posse do vice-presidente constitucional, Jango Goulart, quase leva o país à guerra civil.
31 de agosto de 1969 – A doença do ditador militar Arthur da Costa e Silva leva os ministros militares a vetar a posse do vice, o civil Pedro Aleixo, até que o Alto Comando do Exército escolhesse um novo general para dirigir a ditadura.
22 de agosto de 1976 – Morre, em misterioso acidente automobilístico na Rodovia Presidente Dutra, o ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, um dos líderes civis da oposição à ditadura militar.
19 de agosto de 2003 – Em atentado promovido pela insurgência iraquiana morre em Bagdá o embaixador brasileiro Sérgio Vieira de Melo, chefe do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.
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