A maior prova de que o fundamentalismo está vencendo a guerra por corações e mentes no Ocidente é a vitória do "sim" à proposta da extrema direita suíça de proibir a construção de novos minaretes no país. A comunidade muçulmana da Suíça reagiu de maneira cautelosa, mas teme-se que no resto do mundo islâmico haja reações violentas, semelhantes às que ocorreram em 2006, quando foram publicadas na Dinamarca charges do profeta Maomé, ou em 1988, quando o aiatolá Khomeini condenou à morte in abstentia o escritor Salman Rushdie pela publicação do livro Os Versos Satânicos.
Mas agora trata-se de uma questão completamente diferente do que estava jogo nas duas circunstâncias anteriores. As charges e o livro podiam ofender os muçulmanos, mas sua publicação estava ancorada num valor maior, a liberdade de expressão - uma conquista alcançada a duras penas no Ocidente, mas ainda uma miragem na maioria das sociedades islâmicas. O mesmo vale para a proibição do véu - e de qualquer símbolo religioso - nas escolas públicas francesas. Tratava-se então de defender o princípio de laicidade do Estado.
Mas na Suíça quem está ameaçando esses valores democráticos e republicanos não são os fundamentalistas islâmicos, mas a maioria da sociedade, que, ressentida com a imigração, incorporou a intolerância da extrema direita e dos fundamentalistas cristãos (outra vez a "tirania da maioria" de Tocquevile).
A presença de uma população islâmica imigrante cada vez maior na Europa e a ausência de uma estratégia de integração, na melhor das hipóteses, criará sociedades com bantustões como no apartheid sul-africano. E na pior, rufarão tambores pelo Lebensraum (espaço vital). Partidos com discurso anti-imigração crescem na Holanda, Bélgica e até na Grã-Bretanha. Na França, Sarkozy corteja o eleitorado de Le Pen e na Itália, Berlusconi cria milícias contra imigrantes (soa familiar?).
Bin Laden, se estiver vivo, deve estar esfregando as mãos...
Olá Claudio, pego esta deixa para comentar o todo. Gostei muito do teu blog. Não tenho dúvida do êxito. A tua independência explícita no escrever atrairá muitos leitores apreciadores de matérias político/jornalíticas imparciais, incondicionadas, apartidárias, enfim, que promovem o exercício do livre pensar. Ademais os informes musicais e poéticos,deverás concisos. Parabéns. Adinaldo.
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