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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

NATAL, UMA FESTA PAGÃ


O deus babilônico Marduk (dir.) e o monstro Tiamat
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o Natal não é, originalmente, uma festa cristã, mas pagã. Ele remonta ao festival de Zagmuk, na antiga Mesopotâmia, cerca de quatro mil anos atrás. Zagmuk significa, literalmente, “início do ano”. O festival celebrava a batalha de Marduk, deidade babilônica, sobre os monstros do Caos simbolizados por Tiamat, deus primordial dos oceanos. O Zagmuk durava 12 dias – entre 17 de dezembro e 1º de janeiro, que incluía o solstício de inverno, por volta do dia 22 de dezembro - a noite mais longa do ano no Hemisfério Norte. Segundo a tradição, no último dia da batalha, o rei deveria ser sacrificado para lutar ao lado de Marduk. Mas, para poupá-lo, um criminoso era vestido com as roupas reais e tratado com todos os privilégios do monarca, sendo depois morto em oferenda a Marduk. Para compensar o sacrifício de um criminoso, outro prisioneiro era libertado durante o festival. Esse último costume foi assimilado pelos judeus, que adotaram a prática durante o Pessach (Páscoa judaica), como mostra a passagem bíblica da libertação de Barrabás em detrimento de Jesus.

Festas Saturnais na Roma antiga
O Zagmuk foi adaptado por egípcios, persas e pelos gregos. Os persas transformaram o 25 de dezembro em homenagem a Mitra, deus e Sol da Virtude. Os gregos celebravam a luta de Zeus contra o titã Cronos, o senhor do Tempo. Os romanos herdaram e adaptaram esse costume dos gregos, transformando-o nas chamadas Saturnais (em homenagem a Saturno, o correspondente romano de Cronos), que eram realizadas entre 17 e 24 de dezembro. Os romanos diziam que o solstício de inverno, quando o Sol ficava mais fraco, marcava o início de seu renascimento. O 25 era o Natalis Solis Invictus, o Nascimento do Sol Invicto, comemorado com grandes festas nas ruas, bacanais e jantares onde as pessoas ofereciam aos amigos árvores iluminadas para espantar os deuses da escuridão.

O imperador Constantino (séc. IV)
 Durante três séculos, os cristãos ignoraram completamente o Natal, tratado como festa pagã que era. Orígenes, um dos pais da Igreja, dizia que, nas Escrituras, não exista “ninguém que haja celebrado uma festa ou celebrado um grande banquete no dia do seu natalício. Somente os pecadores (como os Faraós e Herodes) celebraram com grande regozijo o dia em que nasceram neste mundo”. Segundo The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge, “as festividades pagãs das Saturnais estavam demasiadamente arraigadas nos costumes populares para serem suprimidos pela influência cristã. Essas festas agradavam tanto que os cristãos viram com simpatia uma desculpa para continuar celebrando-as sem maiores mudanças no espírito e na forma de sua observância [...] Recordemos que o mundo romano havia sido pagão. Antes do século IV, os cristãos eram poucos [...] e eram perseguidos pelo governo e pelos pagãos. Porém, com a vinda do imperador Constantino (século IV), que se declarou cristão e elevou o cristianismo a um nível de igualdade com o paganismo, o mundo romano começou a aceitar este cristianismo popularizado e os novos adeptos somaram a centenas de milhares. Tenhamos em conta que essa gente havia sido educada nos costumes pagãos, sendo o principal aquela festa idólatra de 25 de dezembro. Era uma festa de alegria [carnal] muito especial. Agradava ao povo! Não queriam suprimi-la.”
Como vemos, o espírito de Natal tem mais a ver com celebrações orgiásticas do que com o bimbalhar dos sinos, o nascimento na manjedoura e o bom velhinho da Lapônia - na verdade, ele era um bispo que se chamava Nicolau e nascera na Turquia no séc.III...

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