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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

TEMPOS SOMBRIOS

Henning Albert Boilesen (1916-1971) foi um empresário nascido na Dinamarca que se naturalizou brasileiro. Presidente da Ultragas e anticomunista ferrenho, ele foi um dos que mais incentivou o financiamento da repressão por empresários durante a ditadura militar. Essa "ação entre amigos" foi fundamental para a montagem da Oban (Operação Bandeirante), origem dos DOI-Codis, o núcleo duro do aparelho repressivo da ditadura. A Oban transformou a tortura artesanal do Estado Novo em método "científico", como fizeram a Gestapo e os franceses durante a Guerra da Argélia. Mas Boilensen não apenas foi o pivô do financiamento da Oban; ele se comprazia em assistir pessoalmente, no DOPS ou no quartel da rua Tutóia, às sessões de tortura contra prisioneiros políticos. Em abril de 1971, Boilensen foi executado em São Paulo por um comando guerrilheiro da ALN e do MRT. A memória desse cápítulo tenebroso da História do Brasil foi agora resgatada com um filme imperdível, Cidadão Boilensen, de Chaim Litewski (trailer:http://www.youtube.com/watch?v=9TrocKiappo)


Em tempo:
Morreu aos 96 anos o ex-embaixador americano no Brasil Abraham Lincoln Gordon, peça fundamental na garantia de apoio logístico dos EUA ao golpe cívico-militar de 1964 - o que acabou não sendo necessário. Gordon sempre negou sua participação nos eventos, mas ela foi confirmada por documentos oficiais americanos desclassificados. O diplomata era tão próximo do governo militar chefiado pelo marechal Castello Branco que, na época, se popularizou uma frase cunhada por Otto Lara Resende: "Chega de intermediários; Lincoln Gordon para presidente!"

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