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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

DEUS NOS LIVRE DOS ANJOS VINGADORES


E não é que o César Benjamin voltou, agora travestido de mártir? Depois de fazer uma acusação gravíssima contra o presidente da República, sem apresentar nenhuma prova, ele escreveu outro artigo na Folha - com direito ao mesmo pé biográfico inchado, embora googleano - na tentativa de justificar a "denúncia" anterior como um ato de resistência ao "culto à personalidade" de Lula. Para completar, o articulista conclui, quase mortificado, que talvez venha a ser "imolado" e que, se isso vier a ocorrer, "terá sido por uma boa causa". Quanto heroísmo! Quanto despreendimento!

A "boa causa" é discutível. Mas só a ignorância ou a má-fé falar permite falar em "culto à personalidade" de Lula quando os maiores veículos de comunicação, como Veja, as Organizações Globo e a Folha de S. Paulo, dedicam-se sistematicamente à tentativa de desqualificar a pessoa do presidente. Ou será que, por ter sido formado na escola stalinista do MR-8, "Cesinha" não conseguiu aprender o significado de "culto à personalidade"?


Benjamin brigou com o PT, entrou para o PSOL, foi candidato a vice na chapa de Heloísa Helena e depois brigou também com o PSOL. Agora, como articulista da Folha, parece ter mais passado do que futuro. Como certa esquerda radical fracassada e verborrágica, ele sofre de uma espécie de "sindrome de Savonarola". Quem? Girolamo Savonarola, frade dominicano da Florença do século XV que, possuído por um élan messiânico, pregava ardentemente contra a "corrupção moral" dos Médicis, dos Bórgias e do Renascimento. Uma vez no poder, Savonarola fundou uma república teocrática virtuosa, que transformou em crime desde o homossexualismo até obras de Boticelli. Também proibiu transações comerciais e o dinheiro. Acabou derrubado e imolado numa fogueira, mas seu exemplo calou fundo nas almas ressentidas, raivosas e sequiosas da vingança e justiça divinas. Robespierre e Pol Pot foram algumas expressões laicas desse desejo sangrento de pureza. Os tempos são outros e César Benjamin nunca chegará a tanto, claro, mas o que o move é a mesma ira santa desses "anjos vingadores". Deus nos livre deles...

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