Volta ao banco dos réus na Argentina um dos símbolos mais sinistros da ditadura militar, o ex-capitão-de-fragata Alfredo Astiz, conhecido como El ángel de la muerte. Ele pertencia ao Grupo de Tarefas 332, que atuava na ESMA (Escola de Mecânica da Armada), o centro de torturas onde foram assassinadas quase cinco mil pessoas. Em 1977, Astiz se infiltrou em organizações que lutavam contra o regime, entre elas Las Madres de Plaza de Mayo. Em função da sua espionagem, foram presas, torturadas e mortas as fundadoras do grupo, além das freiras francesas Alice Domon e Leónie Duquet. No mesmo ano, a sueca-argentina Dagmar Hagelin, que não tinha atividade política, fora baleada por Astiz, presa e entregue à ESMA. Ela nunca mais foi vista. Esses casos provocaram escândalo internacional e desmascararam Astiz como agente infiltrado. Durante a Guerra das Malvinas, em 1982, o valente torcionário se entregou aos britânicos sem dar um único tiro (acima, à dir.). Com o fim da ditadura, em 1983, ele escapou de processo devido à Lei de Obediência Devida. Sua Nemesis começou em 1990, quando foi condenado à prisão perpétua na França pela morte das freiras. Em 2003, foram anuladas as leis do Ponto Final e Obediência Devida; em 2006 Astiz foi processado pelo caso das Madres, das freiras e de Dagmar Hagelin. Ele também foi processado na Espanha e condenado na Itália. Seu julgamento - finalmente - começou agora na Argentina. O ex-capitão, de 58 anos, sofre de câncer no pâncreas. Que a terra lhe seja pesada.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
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