Cheikh Anta Diop |
"Em 1822 Jean-François decifrou os hieróglifos egípcios e isso iniciou um intenso interesse, por parte do Ocidente, por aquela região. Um fator inquietante era saber que o Egito era milhares de anos mais velho que a Grécia, e mesmo assim essa é que era considerada berço da civilização".
"Os próprios gregos davam prioridade ao Egito na construção da civilização, e os sábios gregos que foram estudar naquele país a partir de 610 a.C. incluíam Tales, Pitágoras, Sólon, Eudóxio, Anaximandro, Anaxímenes e Platão, para citar apenas alguns. Pitágoras, provavelmente o maior dos filósofos gregos e inventor da palavra filósofo ("amante da sabedoria") passou 22 anos estudando o Egito no século VI a.C. Mas o Egito era um país africano e, no século XIX, o chauvinismo racial europeu estava chegando ao auge. A ideia de que uma nação africana pudesse realmente ter criado a civilização e a repassado aos gregos era simplesmente inadmissível. Depois de 1830 teve início uma campanha sistemática e abrangente de propaganda erudita buscando reforçar a ideia de que, embora o Egito se situasse na África, ele não pertencia à África. Por esse raciocínio, o Egito teria sido criado por uma raça invasora não-africana - provavelmente caucasóide - originária da Ásia, que trouxera a civlização para o vale do rio Nilo"
Cláudio, "Todo povo colonizado reflete a alma da métropole". Foi o que disse o médico psiquiatra e escritor negro das Antilhas Frantz Fanon. Não poderia ser diferente no Brasil. A elite brasileira introjeta os valores ocidentais e os dissemina como verdade absoluta. É muito comum pensar a Cleópatra, rainha negra egipcia, como se fosse de fenótipo branco em virtude da atriz Elizabeth Taylor ter protagonizado o filme sobre a mesma; também é comum endereçar o Egito para o oriente médio. Faz parte da "ideologia do embranquecimento". Belo artigo Cláudio, a começar do título.
ResponderExcluirquem foi o primeiro farao do egito
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