

O resultado da Revolução Chinesa oferece um contraste impressionante. Ao entrar em sua sétima década, a República Popular da China é um motor da economia mundial, o maior exportador singular para a União Européia, Japão e Estados Unidos, o maior detentor de reservas cambiais do mundo; por um quarto de século, a China vem exibindo as maiores taxas de crescimento da renda per capita, para a maior população já registrada no planeta. As grandes cidades chinesas não têm rivais para a ambição comercial e arquitetônica, os bens chineses são vendidos em toda parte. Construtores, pesquisadores e diplomatas chineses atravessam o mundo em busca de novas oportunidades e influência. A China é cortejada por amigos e também ex-inimigos. É a primeira vez na sua história que o antigo Império do Meio se tornou uma verdadeira potência mundial, cuja presença se estende para todos os continentes.
Com a queda da URSS, nenhuma fórmula para descrever aqueles eventos foi tão canonizada quanto “o colapso do comunismo”. Vinte anos depois, ela soa eurocêntrica. Visto sob essa nova perspectiva, o comunismo não apenas sobreviveu, mas está se tornando a história de sucesso de uma época. A natureza e a escala dessa realização, evidentemente, guardam mais do que um amarga ironia. Mas não há dúvidas sobre a diferença entre os destinos das revoluções na China e na Rússia”
(Perry Anderson, Two Revolutions)
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