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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A SEGUNDA VINDA


W. B. Yeats (1865-1939)
Voando cada vez mais longe,


O falcão não ouve mais seu falcoeiro.

Tudo se desmancha no ar. O centro não segura


A imensa anarquia solta sobre o mundo.


A terrível maré de sangue invade tudo e


A cerimônia da inocência é afogada.


Falta aos melhores a convicção, enquanto os piores


Estão cheios de ardor apaixonado.



Alguma revelação vem por aí;


Sem dúvida, é a Segunda Vinda.


Segunda Vinda! Mal eu digo tais palavras,

E uma ampla imagem, a deixar o Spiritus Mundi, 

Perturba-me a visão; nalgum lugar, nas areias do deserto,


Uma forma, de corpo de leão, cabeça de homem,


Com o olhar vazio e impiedoso como o sol,


Move-se lentamente, enquanto rondam as


Sombras de raivosos pássaros do deserto.



Voltou a escuridão; mas sei agora

Que vinte séculos de sono pétreo


Querem se vingar do pesadelo que lhes trouxe o berço de embalar;


E que animal violento, enfim chegada a sua hora,

Desejeitado arrasta-se a Belém para nascer?


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