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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

JUSTIÇA LÁ, COVARDIA CÁ



O torcionário Alfredo Astiz
 Na Argentina, a Justiça condenou 18 militares da Marinha ligados à macabra Escola de Mecânica da Armada, onde foram assassinadas quase cinco mil pessoas. Entre os sentenciados está o psicopata assassino Alfredo Astiz, aquele que entregou à morte líderes das Mães da Praça de Maio e se rendeu sem disparar um único tiro quando os ingleses vieram reocupar as Malvinas (ou seriam Falklands?). No Uruguai, a Câmara aprovou uma lei que impede a prescrição de crimes contra os direitos humanos (a chamada “lei da caducidade”) cometidos durante a ditadura militar (1973-1985), abrindo caminho para processo contra militares envolvidos. Já aqui no Brasil, uma Comissão da Verdade com poderes limitadíssimos foi aprovada pelo Congresso depois de muitas concessões feitas aos militares e à direita. Enquanto isso, facínoras notórios como o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (“Doutor Tibiriçá”), o delegado Carlos Alberto Augusto (“Carlinhos Metralha”), o major Benoni de Arruda Albernaz, o ex-capitão e bicheiro Ailton Guimarães e o tenente Marcelo Paixão de Araújo, entre outros, estão livres, leves e soltos e alguns até “escrevem” livros defendendo a ditadura e as torturas... 

A Esma no banco dos réus

Com informações da Carta Maior
 
A Esma, um dos maiores centros de detenção e tortura da Argentina
Após quase dois anos de processo, a Justiça argentina anunciou a sentença contra 18 ex-marinheiros acusados de crimes de lesa humanidade cometidos no centro de detenção e tortura da Escola Superior de Mecânica da Armada (ESMA), um dos mais emblemáticos da última ditadura. Os repressores foram responsabilizados pela detenção, privação, torturas e homicídio de 86 pessoas, entre elas, o jornalista e escritor Rodolfo Walsh, as fundadoras das Mães da Praça de Maio, Azucena Villaflor, Mary Bianco e Ester de Careaga, e as monjas francesas Alice Domon e Leonie Duquet, missionárias que apoiavam os familiares dos detidos desaparecidos no início da ditadura.
 
Os oficiais acusados no processo ESMA são: Alfredo Astiz, Jorge Acosta, Antonio Pernías, Oscar Antonio Montes, Raúl Schiller, Jorge Radice, Alberto González, Nestor Savio, Ricardo Cavallo, Adolfo Donda, Julio César Coronel e Ernesto Weber, todos condenados à prisão perpétua. Manuel García Tallada e Juan Carlos Fotea, a 25 anos; Carlos Octavio Capdevilla, 20 anos, e Juan Antonio Azic, 18 anos. Pablo García Velazco e Juan Carlos Rolón foram absolvidos, mas seguirão na prisão por outros crimes.

Alfredo Astiz
O tenente Alfredo Astiz é um repressor símbolo da ditadura. Chefe de inteligência do Grupo 3.3.2 da Armada, foi um dos primeiros integrantes da ESMA reconhecido publicamente como um brutal repressor, para muitos, o emblema do terrorismo de Estado na Argentina no final da década de 70. Astiz foi acusado de infiltrar-se no grupo fundador das Madres da Praça de Maio, fazendo-se passar pelo irmão menor de um desaparecido, e de sequestrar a fundadora, Azucena Villaflor.


Dagmar Hagelin
  Apelidado de “Menino Gustavo” ou “Anjo da Morte”, Astiz foi condenado à revelia pela Justiça francesa pelo assassinato das monjas Domon e Duquet, torturadas na ESMA e lançadas ao mar. Também é responsável pela morte da cidadã sueca Dagmar Hagelin, ocorrido em 1977. Graças às leis do Ponto Final e da Obediência Devida, aprovadas no final da década de 80, Astiz foi eximido de responsabilidade na qualidade de militar de média patente, até que, em 2003, o Congresso argentino anulou estas leis, provocando a reabertura dos processos. Em sua longa lista de acusações está incluída uma investigação aberta pela Audiência Territorial de Nuremberg (Alemanha) em função da execução e desaparecimento de cidadãos alemães durante a ditadura.

Jorge "Tigre" Acosta
Jorge “Tigre” Acosta, chefe da inteligência e do Grupo de Tarefas 3.3.2 da ESMA, foi acusado pela detenção e desaparecimento do jornalista Rodolfo Walsh, autor do livro “Operação Massacre” e da “Carta aberta à Junta Militar”, um texto escrito e difundido por Walsh durante seu período na clandestinidade, um ano após o golpe militar. Nesta carta, ele acusa as forças armadas de realizar um plano de extermínio contra opositores e pela instalação de um plano econômico neoliberal dirigido pelo ministro de Economia da ditadura, José Martínez de Hoz, Rodolfo Walsh foi visto pela última vez nas instalações da ESMA.

Rodolfo Walsh

A deputada Patricia Walsh, filha do escritor, disse que “essa é a primeira vez que houve testemunhos que contaram com detalhes o que ocorreu na última casa em que meu pai viveu (em San Vicente), que ficou completamente destruída, onde roubaram seu último conto “Juan se iba por el río” e que, atualmente, está ocupada por uma família de um policial aposentado.

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