O torcionário Alfredo Astiz |
A Esma no banco dos réus
Com informações da Carta Maior
Após quase dois anos de processo, a Justiça argentina anunciou a sentença contra 18 ex-marinheiros acusados de crimes de lesa humanidade cometidos no centro de detenção e tortura da Escola Superior de Mecânica da Armada (ESMA), um dos mais emblemáticos da última ditadura. Os repressores foram responsabilizados pela detenção, privação, torturas e homicídio de 86 pessoas, entre elas, o jornalista e escritor Rodolfo Walsh, as fundadoras das Mães da Praça de Maio, Azucena Villaflor, Mary Bianco e Ester de Careaga, e as monjas francesas Alice Domon e Leonie Duquet, missionárias que apoiavam os familiares dos detidos desaparecidos no início da ditadura.
A Esma, um dos maiores centros de detenção e tortura da Argentina |
Os oficiais acusados no processo ESMA são: Alfredo Astiz, Jorge Acosta, Antonio Pernías, Oscar Antonio Montes, Raúl Schiller, Jorge Radice, Alberto González, Nestor Savio, Ricardo Cavallo, Adolfo Donda, Julio César Coronel e Ernesto Weber, todos condenados à prisão perpétua. Manuel García Tallada e Juan Carlos Fotea, a 25 anos; Carlos Octavio Capdevilla, 20 anos, e Juan Antonio Azic, 18 anos. Pablo García Velazco e Juan Carlos Rolón foram absolvidos, mas seguirão na prisão por outros crimes.
Os oficiais acusados no processo ESMA são: Alfredo Astiz, Jorge Acosta, Antonio Pernías, Oscar Antonio Montes, Raúl Schiller, Jorge Radice, Alberto González, Nestor Savio, Ricardo Cavallo, Adolfo Donda, Julio César Coronel e Ernesto Weber, todos condenados à prisão perpétua. Manuel García Tallada e Juan Carlos Fotea, a 25 anos; Carlos Octavio Capdevilla, 20 anos, e Juan Antonio Azic, 18 anos. Pablo García Velazco e Juan Carlos Rolón foram absolvidos, mas seguirão na prisão por outros crimes.
Alfredo Astiz |
O tenente Alfredo Astiz é um repressor símbolo da ditadura. Chefe de inteligência do Grupo 3.3.2 da Armada, foi um dos primeiros integrantes da ESMA reconhecido publicamente como um brutal repressor, para muitos, o emblema do terrorismo de Estado na Argentina no final da década de 70. Astiz foi acusado de infiltrar-se no grupo fundador das Madres da Praça de Maio, fazendo-se passar pelo irmão menor de um desaparecido, e de sequestrar a fundadora, Azucena Villaflor.
Dagmar Hagelin |
Jorge "Tigre" Acosta |
Jorge “Tigre” Acosta, chefe da inteligência e do Grupo de Tarefas 3.3.2 da ESMA, foi acusado pela detenção e desaparecimento do jornalista Rodolfo Walsh, autor do livro “Operação Massacre” e da “Carta aberta à Junta Militar”, um texto escrito e difundido por Walsh durante seu período na clandestinidade, um ano após o golpe militar. Nesta carta, ele acusa as forças armadas de realizar um plano de extermínio contra opositores e pela instalação de um plano econômico neoliberal dirigido pelo ministro de Economia da ditadura, José Martínez de Hoz, Rodolfo Walsh foi visto pela última vez nas instalações da ESMA.
A deputada Patricia Walsh, filha do escritor, disse que “essa é a primeira vez que houve testemunhos que contaram com detalhes o que ocorreu na última casa em que meu pai viveu (em San Vicente), que ficou completamente destruída, onde roubaram seu último conto “Juan se iba por el río” e que, atualmente, está ocupada por uma família de um policial aposentado.
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