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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

MÉXICO: 200 ANOS DE LABIRINTO

"Pobre México; tão longe de Deus, tão perto dos Estados Unidos"
atribuída a Porfírio Díaz, ditador mexicano (1876-1911)
 
 

  "(...) Gente das cercanias, moradores dos subúrbios da história, nós, latino-americanos, somos os comensais não convidados que se enfileiraram à porta dos fundos do Ocidente, os intrusos que chegam à função da modernidade quando as luzes já estão quase apagando - chegamos atrasados em todos os lugares, nascemos quando já era tarde na história, também não temos um passado ou, se o temos, cuspimos sobre os seus restos; nossos povos ficaram dormindo durante um século, e enquanto dormiam foram roubados - agora estão em farrapos; não conseguimos conservar sequer o que os espanhóis nos deixaram ao ir embora; apunhalamo-nos entre nós...
  

  Não obstante, desde o chamado modernismo de final de século, nestas nossas terras hostis ao pensamento brotaram, aqui e ali, dispersos mas sem interrupção, poetas, prosadores e pintores que são comparáveis aos melhores de outras partes do mundo. Seremos agora, por fim capazes de pensar por nossa própria conta? Poderemos conceber um modelo de desenvolvimento que seja a nossa versão da modernidade? Projetar uma sociedade que não esteja fundamentada na dominação dos outros e que não termine nem nos gelados paraísos policiais do Leste nem nas explosões de náusea e ódio que interrompem o festim do Ocidente?"
Octavio Paz, O labirinto da solidão 


Este povoado está cheio de ecos. Parece até que estão aprisionados no oco das paredes ou debaixo das pedras. Quando você anda, sente que vão pisando seus passos. Ouve rangidos. Risadas. Umas risadas já bem velhas, como cansadas de rir. E vozes já desgastadas pelo uso…”

Juan Rulfo, Pedro Páramo

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