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quinta-feira, 25 de março de 2010

VEJA BEM...NÃO É O QUE PARECE

A foto que simboliza a Guerra Civil espanhola, Falling Soldier, de Robert Capa (acima, à esq.), não teria sido tirada em Cerro Muriano, nos arredores de Córdoba, como dizia o fotógrafo, mas a 40 quilômetros dali, em Espejo, local onde não se registraram combates naquele setembro de 1936. Segundo uma matéria de 2009 do jornal El Periódico de Catalunia, baseado em dados levantados pelo historiador Francisco Moreno, a foto em que o miliciano republicano Federico Borrell aparece baleado por franquistas foi uma montagem. A suspeita já tinha sido levantada em 1975 no brilhante The First Causualty, de Phillip Knightley. Se a armação for confirmada, Falling Soldier ficará ao lado de outras maravilhosas farsas do fotojornalismo, como o içamento da bandeira americana em Iwo Jima, em março de 1945 (acima, ao centro) -, tema de um dos filmes de Clint Eastwood - e o da bandeira soviética sobre o Reichstag (acima, à dir.), em Berlim, em abril do mesmo ano.
A prática de fraudar fotografias, aliás, foi uma criação do stalinismo. São famosas as maquiagens nas fotos para fazer desaparecer os desafetos do ditador soviético, como Leon Trotsky. A técnica foi copiada por chineses, coreanos e cubanos. Mas hoje, frente à sofisticação do Photoshop, a manipulação stalinista das imagens parece brincadeira de criança...

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