"De todas as espécies, a humana é a mais detestável, pois o homem é o único ser que inflige dor por esporte, sabendo que está causando dor" [ Mark Twain ]
Ernest Hemingway e Pablo Picasso que me perdoem, mas as touradas não passam de uma reminiscência bárbara e sangrenta das arenas do Império Romano. Não podendo mais assistir a sacrifícios de gladiadores, a plebe ignara se contenta em satisfazer suas perversões sádicas com o espetáculo macabro de tortura e morte de animais. Criticar essa prática não é corretismo político; é, ao contrário, dar pouca importância às "tradições populares". Como dizia Jeremy Bentham, pai do utilitarismo, "não importa se os animais são incapazes ou não de pensar; o que importa é que são capazes de sofrer". Não é à toa que crescem na Europa as manifestações pela abolição desse esporte cretino, como o que ocorreu nesta segunda-feira em Bruxelas (acima, à esq.)
Uma das melhores antipropagandas de touradas eu vi há muitos anos numa cena do filme O Assassinato de Trotsky (1972), de Joseph Losey. A bela Romy Schneider, namorada de Ramón Mercader (futuro assassino do revolucionário, vivido por Alain Delon), vai com ele assistir a uma corrida de touros na Cidade do México. A agonia do animal, ferido e se esvaindo em sangue, é mostrada em câmera lenta, contrapondo-se ao furor extático da multidão. Chocada e indignada, Romy abandona o espetáculo no meio. A associação com o que Mercader faria depois - o assassinato de Leon Trotsky com um quebra-gelo - é inevitável.
Para mim, já era suficiente; mesmo assim, anos mais tarde, por insistência de um amigo de origem espanhola, acabei assistindo a uma tourada em Bogotá. Foi uma experiência dantesca; entendi perfeitamente o sentimento da personagem de Romy Schneider.
Para quem tem estômago e é contrário a essas práticas bárbaras, é didático ver o vídeo
http://www.youtube.com/watch?v=MRugqxQD_rQw.youtube.com/watch?v=MRugqxQD_rQ
País cordial, o Brasil não tem touradas, mas espetáculos igualmente deprimentes, como os rodeios, que torturam animais. Então, todo apoio à campanha Eu odeio rodeio! da Rita Lee
segunda-feira, 15 de março de 2010
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Absurdo que a humanidade ainda cometa essas barbaridades.
ResponderExcluirÉ. E o lobby para mantê-las é gigantesco...
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