Powered By Blogger

quarta-feira, 17 de março de 2010

NÃO FAREMOS TUDO O QUE O MESTRE MANDAR



"O princípio maior da política externa brasileira é o interesse nacional, baseado no caráter democrático da sociedade e no desejo de colocar o Brasil junto das principais potências do mundo (Francisco Clementino de San Thiago Dantas, político reformista brasileiro e ex-chanceler, 1911-1964)
______________________________________________________
Alguns amigos tucanos acham que o Brasil dá as costas para os americanos por pura birra ideológica do governo Lula. Ganharíamos mais, dizem eles, se aparássemos as arestas com o Grande Irmão do Norte. Mas veja-se agora o caso dos subsídios ao algodão americano. Os Estados Unidos se consideram tão acima do bem e do mal que desprezam as normas internacionais que eles próprios ajudaram a criar. A Organização Mundial do Comércio (OMC) decidiu que o Brasil poderá impor uma retaliação comercial a produtos americanos em resposta à manutenção de subsídios ilegais a produtores e exportadores americanos de algodão. A medida poderá atingir 102 produtos americanos, de automóveis a têxteis, além de 21 itens para uma possível suspensão de direitos na área de propriedade intelectual. O porta-voz do representante dos EUA para o Comércio Exterior, Nefeterius Akeli McPherson, se limitou a dizer que os americanos estavam “decepcionados” com a decisão do Brasil. E o que fez boa parte da grande mídia tupiniquim? Tomou as dores de Washington: o Globo e o JN, por exemplo, evocaram o temor de um aumento dos preços do pãozinho; o UOL, da Folha, falou em alta de juros. A honrosa exceção foi o “Estadão”, que hoje publicou um editorial defendendo a posição do governo brasileiro.
Na cabeça desses colonizados, deveríamos ter a deferência aos desígnios de Washington demonstrada por FHC quando presidente. Coerente com sua “Teoria da Dependência”, ele achava que não havia saída para o Brasil a não ser a Alca – Área de Livre Comércio das Américas. Se fôssemos por esse caminho, teríamos quebrado o que restou da indústria nacional e estaríamos hoje numa situação similar à do México, que tem 80% de seu comércio exterior (importações e exportações) voltado para os EUA. Definitivamente, o imperialismo não é um "tigre de papel".

Um comentário: