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Rudolf Hess |
A trajetória de Rudolf Hess foi uma das mais enigmáticas do III Reich. Ele participou do fracassado putsch da cervejaria em Munique, em 1923, e ficou preso com Adolf Hitler. Na prisão de Landsberg, Hess transcreveu e editou o Mein Kampf, livro onde o futuro führer expunha suas ideias políticas. Com a ascensão dos nazistas ao poder, em 1933, Hess chegou a ser o terceiro na hierarquia do III Reich. Em maio de 1941, ele protagonizou um rocambolesco episódio que até hoje está envolto em mistério: voou para a Grã-Bretanha num Messerschmitt Bf-110 e saltou de paraquedas na Escócia. Uma das versões é de que Hess pretendia se encontrar o duque de Hamilton, a quem entregaria uma proposta de acordo pelo qual a Alemanha teria as mãos livres na Europa em troca de não mexer com o império britânico. O episódio ocorreu um mês antes de Hitler invadir a União Soviética na Operação Barbarossa. Hess foi preso e enviado à Torre de Londres. Na Alemanha, divulgou-se a versão de que ele “enlouquecera”. Em 1946, Hess foi condenado à prisão perpétua pelo Tribunal de Nuremberg. Mas, ao contrário de Albert Speer, Rudolf Hess não renegou seu credo nazista, mesmo depois de esse regime ter custado a aniquilação da Alemanha. Talvez por isso os neonazistas prestassem tantas homenagens a ele.
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Os restos do Messerschmitt Bf-110 de Hess na Escócia |
O episódio da Inglaterra gerou inúmeras teorias conspiratórias. Uma das mais famosas diz que Hess foi vítima de uma armadilha montada pelo MI-6 (serviço de inteligência britânico), que teria interceptado a correspondência entre Hess e o duque de Hamilton. Os agentes então escreveram a Hess como se fossem o duque e Hitler, estimulado, teria mandado seu pupilo à Inglaterra com a proposta de que a Alemanha sairia da Europa ocidental em troca de ter as mãos livres para ocupar o leste europeu e a União Soviética. Outra versão, mais recente, diz que o MI-6 armou um complô para fazer Hess acreditar que alguns membros da família real, como o duque de Kent, conspiravam para depor Churchill.
A verdade, porém, só será conhecida em 2016, quando os últimos documentos oficiais secretos sobre o episódio forem liberados.
Rudolf Hess morreu em 1987 aos 93 anos na prisão de Spandau, onde ele era o único prisioneiro. Sobre sua morte também não existe consenso e as teorias conspiratórias correm solto. A versão oficial é de ele se suicidou por enforcamento. Mas há outra, a de que Hess teria sido assassinado por agentes britânicos. Esta versão sustenta que Hess estava tão debilitado que não teria conseguido se enforcar e que agentes do MI-6 infiltrados na prisão o teriam estrangulado para evitar que, uma vez em liberdade, pudesse revelar segredos embaraçosos para o governo britânico. Uma terceira versão sustenta que o homem julgado em Nuremberg em 1946 e mantido em Spandau por 40 anos não era Hess, mas um sósia. O argumento é que a autópsia de Hess não revelou a cicatriz de uma ferida que uma bala provocara em seu pulmão esquerdo durante a I Guerra Mundial. O verdadeiro Hess teria sido executado logo após sua captura. Um simples teste de DNA poderia esclarer essa dúvida, mas agora que queimaram o corpo...
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Rudolf Hess em Spandau |
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