testemunha do dia em que a cidade se afogou em cinzas.
24 de agosto de 1572 - Noite de São Bartolomeu - Foi o início dos violentos massacres que vitimaram cerca de cem mil huguenotes (protestantes franceses) por ordem da família real francesa, católica. A carnificina eclodiu durante as bodas de Marguerite de Valois, irmã do rei Carlos IX, com Henrique de Navarra, de origem hugenote - aquele que disse "Paris vale uma missa" para justificar sua conversão ao catolicismo. O rei Carlos IX foi convencido pela mãe, Catarina de Médicis, de que os protestantes que estariam em Paris por ocasião do casamento iriam conspirar para derrubar a monarquia católica. Os ataques prosseguiram várias cidades durante meses. As águas dos rios ficaram infestadas por cadáveres insepultos e o mau cheiro se espalhou pelas cidades. O crime foi abençoado pelo papa Gregório XIII e os hugenotes tiveram que abandonar tudo e fugir para outros países, inclusive para o Brasil. Aqui, onde a expedição de Villegagnon já estivera, os calvinistas tentaram estabelecer uma colônia para os perseguidos, a França Antártica, posteriormente derrotada pelos portugueses.
24 de agosto de 1954 - Suicídio de Getúlio Vargas - Acossado pela direita civil e militar e pela mídia golpista da época, que não aceitava a política nacionalista e trabalhista do governo, o presidente Getúlio Vargas suicidou-se no Palácio do Catete, deixando uma Carta Testamento na qual denuncia "a campanha subterrânea dos grupos internacionais" que "aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho". Em outro trecho, diz a carta: "Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma". Soa familiar? O gesto trágico de Vargas - completamente incomum na tradição conciliadora das elites brasileiras - pegou seus inimigos de surpresa, revoltou as massas e forçou os conspiradores a recolher as armas. O projeto de conquistar o poder foi aditado e as forças reacionárias só chegariam ao poder dez anos depois, com o golpe de Estado de 1964. Mas então os militares se livrariam dos "companheiros de viagem" civis e se encastelariam no poder por 21 longos e tenebrosos anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário