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quinta-feira, 14 de março de 2013

ALEXANDRE VANUCCHI LEME, 40 ANOS

Alexandre Vanucchi Leme era estudante de Geologia da USP nos anos 1970 e militava no grupo guerrilheiro Ação Libertadora Nacional (ALN), de Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira, o Toledo. Em 16 de março de 1973, aos 22 anos, ele foi preso pela Operação Bandeirante (Oban) e levado para o quartel da Rua Tutóia, em São Paulo. Foi torturado durante dois dias e acabou morrendo. Temendo a repercussão do fato, os agentes da repressão divulgaram a versão de que ele se suicidara. Posteriormente, mudaram a versão para tentativa de fuga seguida de atropelamento.

Foi então que, pela primeira vez desde 1968, os estudantes resolveram reagir. Consegueriam o apoio do recém-nomeado arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, que celebrou, ao lado de Dom Angélico Sandalo Bernardino, uma missa em memória do estudante assassinado. Durante a cerimônia, o compositor Sérgio Ricardo canta sua música “Calabouço”, composta em homenagem ao estudante Edson Luís, assassinado pela polícia durante manifestação no restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro, em 28 de março de 1968. A morte de Edson Luis foi o estopim para as grandes manifestações estudantis daquele ano.

Cerca de três mil pessoas compareceram à missa na Catedral da Sé, que foi cercada por todos os lados por agentes da repressão armados até os dentes. A cena se repetiria com mais intensidade dois anos depois, em outubro de 1975, quando D. Paulo, o pastor presbiteriano James Wright e o rabino Henry I. Sobel realizaram um culto ecumênico na mesma Catedral em memória do jornalista Vladimir Herzog, igualmente preso e morto nas dependências do quartel da Tutóia – então já DOI-Codi – e, para o qual a repressão deu a mesma versão mentirosa de suicídio. Lentamente, renascia a resistência contra as trevas da ditadura instalada em 1964.

FAZ ESCURO MAS EU CANTO: SÉRGIO RICARDO CANTA ‘CALABOUÇO’



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