O truculento e caricato coronel Antônio Erasmo Dias, morto segunda-feira 4 aos 85 anos, ficou famoso pela violenta invasão da PUC em 1977, na qual a tropa de choque da PM sob seu comando, quando ele era secretário de Segurança Pública (sic) de São Paulo, atacou estudantes com bombas incendiárias, ferindo vários deles. Mas pouca gente sabe, contudo, que esse visigodo carregava em seu currículo um dos maiores fiascos militares do Exército na luta contra a guerrilha: a fuga de Carlos Lamarca do Vale do Ribeira, onde o ex-capitão havia montado um núcleo guerrilheiro. Na maior operação do então II Exército, foram mobilizados cerca de dois mil soldados contra pouco mais de 40 guerrilheiros. Como chefe de operações, o coronel Erasmo Dias armou uma emboscada para apanhar Lamarca, que estava fugindo da região com outros quatro companheiros. Em vez de comandar a operação, o coronel mandou uma patrulha chefiada por um tenente. Este, ao perceber que a emboscada fora descoberta, fugiu para o mato. A trupe mal-armada de guerrilheiros, posteriormente, capturou um caminhão do Exército e se escondeu em São Paulo. Cito Elio Gaspari novamente: "O coronel Erasmo Dias registrou mais tarde que: 'o grupo de Lamarca, bem armado e disposto a não enfrentar o confronto, teve sempre como objetivo capital a fuga'. A cada guerrilheiro correspondiam 80 soldados. Mesmo assim Lamarca aceitou o combate em duas ocasiões e em ambas levou a melhor".
Ludibriado por Lamarca, o coronel falastrão tentaria, tempos depois, mostrar "coragem" com estudantes desarmados. Acabou como dublê de político.
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
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Cláudio
ResponderExcluirMuito bem lembrada a façanha do visigodo...
Bom para falar grosso e mandar bater em estudantes.
Continue atirando!
Rita e Heládio