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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

FHC VAI TRAGAR?


Um debate necessário e urgente

Durante seu governo, FHC aliou-se incondionalmente à política antidrogas dos EUA - na época liderados por Bill fumei mas não traguei Clinton -, fundamentalmente repressiva e ineficaz, como mostra o exemplo da Colômbia. Agora, no âmbito da Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, FHC está defendendo a descriminalização da maconha para o consumo pessoal. Alvissarás! Esperemos que essa posição não seja mero oportunismo para dar projeção ao "Farol de Alexandria".
O debate sobre a questão das drogas precisa romper a hegemonia reacionária sobre o tema. A Lei Seca já mostrou há muito tempo que a proibição é o principal alimento do crime organizado. A descriminalização é o primeiro passo para a liberação das drogas - única maneira eficaz de se combater o narcotráfico. Trata-se de saber se teremos a coragem de transformar um problema de segurança pública insolúvel num problema de saúde pública - espinhoso, mas ainda assim menos traumático para a sociedade. No futuro, talvez possamos lidar com as drogas como hoje lidamos com o tabaco e a bebida. O argumento "liberal" de que não é justo que a sociedade pague pelo tratamento de viciados é hipócrita: quantos bilhões já foram consumidos e quantos mais serão para montar e sustentar o vasto aparelho repressivo de combate ao narcotráfico, sem resultados visíveis?
Mas, voltando à vaca fria, é fato que a defesa da discriminalização da maconha por ex-lideranças políticas em busca de uma causa pode ser só um factóide. Como o "Príncipe dos Sociólogos", outros integrantes da Comissão - os ex-presidentes César Gaviria (Colômbia) e Ernesto Zedillo (México) - na época em que estavam no poder em seus países também se aliaram à insana posição americana. Apesar disso, é insustentável a postura de alguns eternos críticos de "esquerda" que usam o mesmo discurso moralista e reacionário da direita sobre as drogas só para condenar FHC. A César (não o Gaviria...) o que é de César...

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