Progressista em casa, realista no mundo
O presidente americano, Barack Obama, enfrenta seu maior desafio externo no Paquistão e no Afeganistão, eixo geopolítico por ele batizado de Af-Pak, que substituiu o Iraque como prioridade na "luta contra o terror". É lá, e não em Bagdá, que estão as bases da Al-Qaeda e do Talibã; é lá onde se esconde Osama Bin Laden. É do Af-Pak que a Jihad se irradia pelo mundo e é lá que ela deve ser enfrentada. A abordagem de Obama é tida como "realista", a velha escola de política externa que orientou líderes republicanos como Teddy Roosevelt, Richard Nixon e George Bush (pai) , mas também democratas como Harry Truman, John Kennedy e Lyndon Johnson. Ao contrário da outra escola de política externa, a idealista, que queria transformar o mundo num "lugar seguro para a democracia" (Woodrow Wilson, Jimmy Carter), os realistas trabalham com conceitos como "razão de Estado", "interesse nacional" e "equilíbrio do poder". Não pretendem mudar o mundo, mas tirar o melhor proveito do conflito de interesses. Obama já deixou claro que pretende ser progressista no campo doméstico, mas dificilmente conseguirá sê-lo no plano externo. Os recentes atentados e a escalada militar no Afeganistão projetam sobre o democrata a sombra de Lyndon Johnson, um presidente que gostaria de ter ficado conhecido como o texano que assinou a Lei dos Direitos Civis, mas acabou entrando para a História como o responsável por afundar o país no atoleiro do Vietnã...
Será o Af-Pak o Vietnã de Obama?
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