Não há mais desculpas para Cuba
Em 1989, quando a queda do Muro de Berlim colocou o bolchevismo na lata de lixo da História, ninguém acreditaria que as ditaduras stalinistas remanescentes em Cuba e na Coréia do Norte estariam em pé 20 anos depois. A maioria esmagadora dos analistas políticos ocidentais dava de barato que os dias dos herdeiros de Stálin estavam contados. A revista americana Newsweek chegou a fazer uma matéria intitulada The Last Days of Castro (Os últimos dias de Castro) em 1991...
Mas o fato é que, apesar de ter sobrevivido, o castrismo - fonte de inspiração para a esquerda revolucionária dos anos 60/70 - se transformou numa trágica caricatura de si mesmo e ficou pendurado apenas na brocha do "anti-imperialimo", que ganhou sobrevida com los hermanos bolivarianos. Além de ser um estado policial implacável, que prende e fuzila dissidentes, o regime cubano envolveu-se com o narcotráfico e, em 1989, quando descoberto, criou uma farsa judiciária digna dos Processos de Moscou e fuzilou bodes expiatórios, um deles herói militar e adepto da "perestroika", o general Arnaldo Ochoa (acima, à dir.). Sob o pretexto de enfrentar o bloqueio americano, o castrismo criou um verdadeiro apartheid entre cubanos com dólares e cubanos sem dólares - tudo para manter o poder da burocracia comunista. De um ponto de vista democrático e de esquerda, não há como defender esse socialismo de caserna dos irmãos Castro. Isso não significa apoiar o bloqueio americano, muito pelo contrário. Mas a bandeira do anti-imperialismo não pode mais ser usada para justificar ditaduras, como nos anos 70, quando chegou a encobrir o genocídio perpetrado no Camboja pelo Khmer Vermelho - sem falar das barbaridades cometidas pelos regimes "marxistas" da África.
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