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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A MORTE DE UM SOBREVIVENTE DOS CAMPOS DA MORTE


Morreu hoje aos 66 anos o proeminente pintor cambojano Vann Nath, um dos sete sobreviventes da prisão secreta do Khmer Vermelho conhecida como S-21, onde 14 mil homens, mulheres e crianças foram torturados e executados durante o regime de Pol Pot no Camboja (1975-1979). Inspirado da Revolução Cultural chinesa, o Khmer Vermelho queria transformar o Camboja numa sociedade comunista agrária, acabando com a vida nas cidades, a moeda, o mercado e todo ranço atividade considerada “capitalista” – qualquer pessoa que tivesse algum nível de educação era suspeita de ser "burguesa". A habilidade de Nath como artista salvou-lhe a vida, porque seu carcereiros puseram-no para trabalhar na escultura e em pinturas do ditador Pol Pot.


Ele foi libertado em 1979, quando o regime do Khmer Vermelho foi derrubado pelas tropas do Vietnã. Nath voltaria a trabalhar na S-21 quando a prisão secreta foi transformada em museu do genocídio. Suas pinturas retratam cenas que ele testemunhou no campo. O pintor lutou incansavelmente para que se fizesse justiça às vítimas do regime de Pol Pot. Entre 2001 e 2002 ele trabalhou com o cineasta Rithy Panh Camboja no making of do documentário The Khmer Rouge Killing Machine, que reuniu ex-prisioneiros e ex-guardas do campo de concentração conhecido como Choeung Ek.

O trabalho de Vann Nath foi premiado em vários países e ele realizou exposições em todo o mundo. Em 1998 publicou o livro A Cambodian Prison Portrait: One Year in the Khmer Rouge's S-21, narrando sua experiência como prisioneiro dos Killing Fields. A distopia assassina do Khmer foi responsável pela morte de cerca 1,5 milhão de pessoas, 1/4 da população do Camboja de então.





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