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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

BORDÉIS E DONOS DE BORDÉIS

Juan Luis Cebrián
Trechos do livro O pianista no bordel - jornalismo, democracia e as novas tecnologias, de Juan Luis Cebrián, fundador do El Pais. O livro faz uma referência sardônica à profissão de jornalista a partir de um antigo dito popular: "Não digam à minha mãe que sou jornalista; prefiro que continue acreditando que toco piano num bordel". A julgar pela situação atual, nossa reputação só vem piorando desde o século XIX, quando o bordão foi criado.   

“A sociedade digital é paradoxal, convive com as contradições, não as anula: ela as amplia e delas se aproveita. Mesmo sendo convergente, a nova cultura favorece a fragmentação; apesar de planetária, tem múltiplas versões locais; embora interativa, estimula o isolamento; apesar de caótica, conduz à homogeneização.”

"A convergência de tecnologias propicia a convergência de quem possui os conteúdos da comunicação. Desde que o movimento liberalizador das telecomunicações se pôs em marcha, as fusões, alianças, compras e todo o tipo de operações financeiras têm abalado o mercado. Empresas de informação produtoras de cinema, provedores de software informático, empresas de telecomunicações ou de comunicação via cabo se aliam, se ujnem, se confundem, se atraiçoam na perseguição de um mercado global. Estamos diante de um processo formidável de concentração. A sociedade digital favorece a criação de imensos conglomerados que, por natureza, atendem ou pretendem atender esse mercado planetário."

"Não existe - Negroponto dixit - fronteiras para os bites, nem os funcionários alfandegários podem investigá-los ou detê-los. As empresas, junto com sua enorme capacidade tecnológica, acumulam fabulosos recursos financeiros e operam, quase sem distinção, em países de culturas, legislações e níveis de desenvolvimento muito diferentes. Cresce a integração das empresas de meios de comunicação, ao mesmo tempo em que aumentam sua presença mundial e sua tendência a incorporar e administrar, sob uma mesma empresa, tanto os conteúdos quanto os sistemas de distribuição."

"A concentração da propriedade é correlativa à globalização e tudo nos leva a prever que nos próximos anos ela deverá aumentar. Esta é uma notícia inquietante, mas precisamos nos esforçar para resolver os desafios que ela apresenta, ou poderemos mergulhar na recusa a reconhecer sua existência e até a inevitabilidade do processo [...]"   



(Juan Luis Cebrián, fundador do El País)

Um comentário:

  1. Sou fã do Juan Luis Cebrián, adorei o post.

    Ele tem méritos profissionais inegáveis. El País é um exemplo de jornalismo moderno e transformador.

    Parabéns
    MARIA APARECIDA TORNEROS DA SILVA
    aparecidatorneros@hotmail.com

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