Joseph Ratzinger, prestes a
se tornar o primeiro ex-papa em quase 600 anos, escolheu o nome de Benedictus XVI
quando foi eleito para chefiar a Igreja Católica em 2005. Ora, a tradução de
Benedictus – que quer dizer “bendito” ou “abençoado” – é Benedetto (italiano);
Benoit (francês); Benedikt (alemão); Benedicto (espanhol). Por que raios, então,
que em português não seria Benedito? Bem, Benedito é a forma erudita de tradução;
enquanto que “Bento”, é a forma popular, como os portugueses trouxeram para o
Brasil. E na santologia (não sei se existe esse termo) católica há um São Bento
(480-547), que é o fundador da ordem beneditina, origem das demais ordens monásticas.
Mas há também um São Benedito (1524-1589), siciliano de origem etíope. Segundo
os historiadores, quando os negros o tornaram seu santo de devoção,
batizaram-no com o nome erudito para evitar confusão com o São Bento, já
consagrado, mas que também poderia ter sido Benedito. Curioso é que, quando da
eleição de Bento XVI, alguns telejornais saíram com a tradução “Benedito XVI”,
mas ela foi rapidamente abandonada. Alguns levantaram suspeita de racismo –
imagine confundir o nome adotado pelo papa, ainda mais sendo alemão, com o nome
de um santo negro... Seja como for, só no Brasil – e em Portugal, por suposto –
Benedito virou Bento.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
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