Na contramão da grande mídia, uma matéria do outrora glorioso JB sobre o
ataque especulativo do “pessoal do mercado” contra a Petrobras. Não foi o
primeiro, nem será o último. Eles não engolem não terem conseguido privatizar a
estatal criada por Getúlio, transformando-a em “Petrobrax”.
“Há interesses políticos em desvalorizar a Petrobras”, diz
consultor
Do Jornal do Brasil
“Existe um interesse político, de quem já quis privatizar a
Petrobras, de diminuir os investimentos na empresa e assim, enfraquecê-la, mas
há também uma vontade de quem quer comprar ações mais baratas. Sempre vão ter
aqueles que vão acreditar nesse discurso, de que a Petrobras tá indo mal, e
vender seus papéis”.
A análise, na contramão de tudo o que vem sendo falado com relação
à estatal brasileira do petróleo, é do engenheiro Ivo Pugnaloni, investidor na
empresa e consultor da Enercons para o setor de energia.
A empresa fechou o ano de 2012 com lucro de R$ 21,18 bilhões, o menor dos últimos
oito anos. Com isto, os investidores, que viram os dividendos serem reduzidos
em 3%. Se não bastasse, a própria presidente, Graça Foster, em entrevista
admitiu que o ano de 2013 ainda será de dificuldades. Tudo junto fez com que as
ações da estatal atingissem, na terça-feira (5) o seu menor patamar desde 2005,
fechando o pregão em queda de mais de 8,29%. Nesta quarta-feira (6) a queda
continuou: 2,65%.
Processo de desvalorizar a empresa
Nada disto, porém, assusta Pugnaloni. Para ele, o corte de
dividendos servirá para melhorar a capitalização da Petrobras.
“A empresa tem uma demanda de investimento muito grande para
os próximos anos, tanto para o fornecimento de gás, por exemplo, que em
momentos de insegurança energética como o que aconteceu agora pode ser
fundamental, mas também para o desenvolvimento de energias renováveis, de
exploração do pré-sal. A importância da Petrobras para o Brasil é inegável”,
lembra o especialista.
Para ele, o desespero dos acionistas é exagerado e desnecessário,
pois o processo atual, de corte no lucro dos acionistas para aumentar a
capitalização, é natural e importante para a Petrobras. Pugnaloni detecta um
movimento para tentar diminuir o valor e a imagem da estatal e assim, lucrar na
compra das ações a preços mais baixos.
Importância indiscutível
A importância da Petrobras na economia brasileira, segundo o
engenheiro, é fundamental. ”A Petrobras é tudo, por isso que, para quem
não pensa no Brasil, ela precisa ‘ser destruída’. Não só na questão energética,
que a sua presença é indiscutível, mas também na produção de tecnologia,
projetos, energia e pesquisa, não tem como discutir”, destaca.
O especialista aproveitou ainda para criticar a Aneel, por atrasar
a liberação de obras de infraestrutura energética, como a construção de novas
hidrelétricas. “Se a gente depender deles, não construiremos nada.
Mais um motivo para apoiarmos a capitalização da Petrobras”, conclui.
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