O coronel Telhada e seu ídolo, José Serra |
O coronel PM Paulo
Telhada, ex-comandante da Rota que ameaçou um jornalista da Folha de S. Paulo,
e Silas Malafaia, pastor neopentecostal obscurantista, são as principais armas
de José Serra no segundo turno da disputa pela Prefeitura de São Paulo. Telhada, que se orgulha
de ter matado mais de 30 pessoas, supostos bandidos, foi eleito vereador em São Paulo com quase 90
mil votos. No Facebook, o oficial postou uma ameaça ao repórter André Caramante, que no dia 14 de julho publicou na Folha uma matéria com o título: "Ex-chefe da Rota vira político e prega a violência no Facebook". "Quem
defende bandido, é bandido também. Bala nesses safados", postou Telhada. Em outra mensagem, um PM chamado Paulo Sérgio
Ivasava Guimarães dá apoio a Telhada: "Esse Caramante é mais um vagabundo.
Coronel, de olho nele".
O Ministério Público
quer cassar Telhada por incitação à violência. Já Serra saiu em defesa do coronel,
dizendo que ele é um “respeitador de direitos humanos”. Dias antes, Talhada havia dito que entrara no PSDB “por lealdade a Serra”. Eles realmente se merecem. Abaixo um texto do Renato
Rovai sobre o tema:
A ética tucana e a
ameaça de morte ao jornalista da Folha de S. Paulo
Por Renato Rovai em seu
blog
O repórter André
Camarante, da Folha de S. Paulo, está vivendo fora do Brasil por conta das
ameaças que sofreu em decorrência da reportagem: “Ex-chefe da Rota vira político e prega a violência no
Facebook”.
O coronel Telhada e seu argumento ontológico |
O coronel Paulo Telhada é o personagem principal da matéria.
Ele acaba de ser eleito vereador pelo PSDB. Seu ídolo político: José Serra.
“Entrei no PSDB por lealdade a Serra”, afirmou.
Se você quiser entender
melhor as ameaças vale a pena ler a entrevista que a jornalista Eliane
Brum, da Época, fez com o repórter.
O fato é que agora Telhada é uma das mais novas e
fortes lideranças que o tucanato paulistano faz emergir das urnas. Ele foi o quinto
mais votado da cidade, com 89.053 votos, e ainda conseguiu ver eleito o
ex-comandante geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Álvaro Camilo, que
comandou as operações do Pinheirinho e da Cracolândia.
Recentemente o governador Geraldo Alckmin deu uma
declaração que expressa um pouco da lógica deste novo PSDB: “Quem não reagiu
está vivo”. A frase poderia ser o slogan desta nova face do partido que nasce
das urnas paulistanas.
Uma nova face do partido que ignora completamente o
fato de um jornalista estar vivendo foragido do seu país por conta das ameaças
sofridas por um membro do partido. Nem Alckmin e nem Serra deram uma declaração
sequer sobre o caso.
Serra brincando de policial. Olha a cara dele... |
Ao contrário, Serra teve a coragem de dizer que vai
pautar o debate deste segundo turno da eleição municipal pela questão da ética.
Que ética é essa que aceita como natural que um jornalista seja ameaçado de
morte por um vereador eleito pela sua chapa e tenha de viver fora do país? Que
ética é essa que leva um governador a dizer que “quem não reagiu está vivo”?
É a ética da barbárie, que naturaliza chacinas e
ameaças de morte. Pelo código desta novíssima ética se o jornalista ameaçado
fosse um morador de periferia, provavelmente estaria morto.
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