Um texto
curto e grosso sobre a falta que faz uma direita liberal no cenário político
brasileiro. A nossa direita, infelizmente, é antediluviana, oligárquica, “bourbônica”
(relativo à dinastia dos Bourbons: não perdoa e não aprende). E com DNA golpista;
Carlos Lacerda e a UDN que o digam.
O que mais sinto falta na política brasileira é de uma
direita liberal. Ela defenderia menor tributação, não seria paternalista,
incentivaria os empreendedores. E defenderia os direitos humanos contra os
poderes, pelo menos, do Estado. Faz falta essa posição.
Porque a direita brasileira em sua grande maioria é antiliberal. Fácil de ver: sua posição diante da destituição dos presidentes Manuel Zelaya (Honduras) e Fernando Lugo (Paraguai). Não tiveram direito a defesa. Esse é um direito humano, acima das leis locais, que podem ser falhas. A direita não achou que importasse essa falta gravíssima.
E os antiliberais se repetem no caso do mensalão. Clamam pela condenação de todos. Reclamam que os advogados de defesa peçam o razoável – o acesso a peças da Procuradoria que não viram, o desmembramento do processo (medida que foi concedida ao PSDB no seu mensalão). Pressionam em editoriais semanais ou diários o STF a condenar todos. Um jornal diz que o STF "deve" negar o desmembramento. O que quer dizer “deve”? Que o jornal tem fontes entre os ministros do STF? Se sim, isso é bastante grave.
Nada disso, deixo claro, tem a ver com eu achar Zelaya, Lugo ou os acusados do mensalão bons ou maus. Direitos não são só para as pessoas com quem concordo. Têm que ser universais. O direito à defesa é reconhecido na Inglaterra desde a Idade Média. Quando nossa direita perceberá que os direitos valem para todos e que ela deve se consagrar, não à campanha por sua supressão, mas à defesa dos empreendedores?
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