Manifestação contra o Acta |
Uma
vitória da cidadania contra os oligopólios: a União Europeia derrubou uma
tentativa do poderoso lobby formado pelas indústrias farmacêutica,
cinematográfica e de gravadoras para manter seus privilégios. O Acta ((Anti-Counterfeiting
Trade Agreement), acordo pretensamente “antipirataria”, tinha sido aprovado em
janeiro pelos líderes do bloco, mas protestos e o vazamento de documentos do
Wikileaks, que revelaram as pressões para a aprovação do acordo, acabaram
criando uma petição contra o acordo que reuniu 2,5 milhões de assinaturas.
O pacto estipulava, por exemplo, que os países deveriam se
adaptar às suas medidas criando leis nacionais de direitos autorais mais
rígidas, com mecanismos como o que garantiria a retirada imediata de conteúdo
protegido da rede e a identificação dos piratas responsáveis.
O Acta foi negociado a portas fechadas, apenas entre os países ricos e eles pretendiam empurrá-los goela abaixo para outros países, em troca de supostas “vantagens comerciais”. Os EUA tratavam as negociações como “segredo de segurança nacional”, e a sociedade civil só pôde acompanhar minimamente o processo pelos vazamentos do Wikileaks e de outros grupos preocupados com o fato de que regras tão duras possam acabar com a liberdade da rede e a privacidade dos seus usuários.
O Acta foi negociado a portas fechadas, apenas entre os países ricos e eles pretendiam empurrá-los goela abaixo para outros países, em troca de supostas “vantagens comerciais”. Os EUA tratavam as negociações como “segredo de segurança nacional”, e a sociedade civil só pôde acompanhar minimamente o processo pelos vazamentos do Wikileaks e de outros grupos preocupados com o fato de que regras tão duras possam acabar com a liberdade da rede e a privacidade dos seus usuários.
Já no Brasil, tramita no Congresso um Projeto de Lei de
autoria do deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) que, a pretexto de combater a
pirataria na internet, criminaliza todo e qualquer compartilhamento de dados,
inclusive. Por isso, o PL está sendo chamado de AI-5 digital.
Parlamento europeu derruba tratado antipirataria
Do Opera Mundi
Acordo
aprovado em janeiro por líderes da UE criminalizava quebras de patentes de
remédios
Eurodeputados comemoram o fim do Acta |
O
Parlamento Europeu derrubou o Acta (Anti-Counterfeiting Trade Agreement),
tratado antipirataria aprovado pelos líderes de 22 países da União Europeia em janeiro. A decisão,
considerada histórica por ativistas, foi com folga: 479 eurodeputados votaram
contra a proposta e apenas 39 a
favor.
O ACTA
pretendia estabelecer parâmetros internacionais para defender direitos de
propriedade intelectual, com forte lobby da indústria farmacêutica, de
Hollywood e das gravadoras de música. Quebras de patentes de remédios ou de
direitos autorais seriam passíveis de criminalização em todos os países
signatários do acordo.
“Esta é
uma tremenda vitória para o movimento, para a democracia e para o cidadão
europeu que lutou para que seus direitos fossem respeitados”, disse Jim
Killock, diretor-executivo do Open Rights Group, um dos principais movimentos
pró-direitos civis e digitais no Reino Unido.
O Open
Rights Group, assim como a Electronic Frontier Foundation, também dedicada à
causa, trabalha desde 2008 contra o projeto, que excluiu a população das
discussões, apesar de afetá-la diretamente. Para as entidades, o ACTA criaria
uma “cultura de vigilância e suspeição”.
Comprovar
crimes de direitos autorais, por exemplo, implicaria em monitorar meios de
comunicação, abrindo caminho para espionagem governamental e quebra da
privacidade de usuários da internet.
A ONG
Médicos Sem Fronteiras também se declarou contra o Acta. O tratado faria com
que carregamentos de remédios genéricos fossem bloqueados pelas gigantes
farmacêuticas, sob alegação de quebra de patente. De acordo com a ONG, o
tratado teria “conseqüências fatais ao acesso de medicamentos”.
A
assinatura por parte dos líderes dos países europeus já havia gerado protestos
e documentos internos vazaram no Wikileaks. As campanhas se intensificaram
neste ano e petições contra o ACTA atingiram 2,5 milhões de assinaturas ao
redor do mundo.
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