"A conferência de Potsdam, em julho de 1945, seria a aparição final de Churchill como primeiro-ministro num período de guerra, enquanto Inglaterra, Rússia, e Estados Unidos se encontravam pela terceira vez - depois de Teerã e Yalta - no palácio de Cecilienhof, nos arredores de Berlim. No dia da abertura do encontro, Stálin foi visto momentaneamente enquanto limpava um cachimbo comprado na Dunhill e presenteado por Churchill. Pouco depois o líder russo estava bebendo champagne e fumando um charuto tão grande quanto o de Churchill. O primeiro-ministro deleitou-se e comentou que, se um fotógrafo estivesse presente para captar a cena, isso "criaria uma enorme sensação. Todos diriam que eu o influenciei". Entretanto, a influência de Churchill, que em Teerã cedera lugar à de Roosevelt, já estava se exaurindo. Três dias depois ele e Clement Attlee retornaram à Inglaterra para esperar pelo resultado das eleições. Somente um deles voltaria ao poder. Stálin tinha garantido para Churchill que este venceria por oito cadeiras, o que indicava que o ditador comunista desconhecia os meandros da democracia, porque Churchill, apesar de todos os seus esforços na guerra, acabou sendo esquecido por uma população ansiosa pela nova era ao ser derrotado pelo Partido Trabalhista. Clementine Churchill tentou tranquilizar o marido, dizendo que isso era uma bênção disfaçarda. 'Excessivamente bem disfarçada', comentou Churchill."
Stephen McGinty, O Charuto de Churchill
Stephen McGinty, O Charuto de Churchill
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