DEMÔNIO: do latim daemoniu, tendo vindo do grego daimónion, ente sobrenatural, tido por gênio do bem ou do mal, mas que depois que se fixou apenas no segundo sentido. Apesar de o demônio ser masculino, há uma exceção, a demônia Lilith, a primeira esposa de Adão. Depois de dar-lhes muitos filhos, Lilith, talvez por falta de opção - havia um único homem na face da terra - juntou-se ao demônio Samael. Esta tradição judaica é comentada no famoso livro de Giovani Papini, O diabo: "os antigos hebreus, talvez na esperaça de fazer perdoar mais facilmente a Eva o seu pecado,
contaram que antes dela Adão tivera uma outra esposa, Lilith". O demônio costuma estar em muitos lugares, mas às vezes resolve morar numa pessoa. É quando precisa ser exorcizado, pois é muito mandão e leva seus hospedeiros a praticar todo tipo de safadezas.
Deonísio da Silva, A vida íntima das palavras.
AS LITANIAS DE SATÃ
Ó tu, anjo mais belo e sábio entre teus pares,
Deus que a sorte traiu e expulsou dos altares,
Tem piedade, ó Satã, de minha atroz miséria!
Ó Príncipe do exílio, a quem fizeram mal
E que, vencido, sempre te ergues mais triunfal,
Tem piedade, ó Satã, de minha atroz miséria!
Tu que vês tudo, ó rei das trevas soberanas,
Charlatão familiar das angústias humanas,
Tem piedade, ó Satã, de minha atroz miséria!
Tem piedade, ó Satã, da minha atroz miséria!
Tu que da Morte, tua antiga e fiel amante,
Engendraste a Esperança - a louca fascinante!
Tem piedade de mim, ó Satã, de minha atroz miséria!
Tu que dás ao proscrito esse alto e calmo olhar
Que leva o povo ao pé da forca a desvairar,
Tem piedade, ó Satã, de minha atroz miséria!
(Charles Baudelaire)
Lilith |
contaram que antes dela Adão tivera uma outra esposa, Lilith". O demônio costuma estar em muitos lugares, mas às vezes resolve morar numa pessoa. É quando precisa ser exorcizado, pois é muito mandão e leva seus hospedeiros a praticar todo tipo de safadezas.
Deonísio da Silva, A vida íntima das palavras.
AS LITANIAS DE SATÃ
Ó tu, anjo mais belo e sábio entre teus pares,
Deus que a sorte traiu e expulsou dos altares,
Tem piedade, ó Satã, de minha atroz miséria!
Ó Príncipe do exílio, a quem fizeram mal
E que, vencido, sempre te ergues mais triunfal,
Tem piedade, ó Satã, de minha atroz miséria!
Tu que vês tudo, ó rei das trevas soberanas,
Charlatão familiar das angústias humanas,
Tem piedade, ó Satã, de minha atroz miséria!
Charles Baudelaire |
Tu que, mesmo ao leproso e ao pária, se preciso,
Ensinas por amor o amor do Paraíso, Tem piedade, ó Satã, da minha atroz miséria!
Tu que da Morte, tua antiga e fiel amante,
Engendraste a Esperança - a louca fascinante!
Tem piedade de mim, ó Satã, de minha atroz miséria!
Tu que dás ao proscrito esse alto e calmo olhar
Que leva o povo ao pé da forca a desvairar,
Tem piedade, ó Satã, de minha atroz miséria!
(Charles Baudelaire)
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