Patton, um dos malucos |
Não existem coincidências no mundo da
caserna e no da espionagem. O general David Petraeus era um líder militar
competente, mas criou muitos inimigos no Exército por ser arrogante e dono de
um ego maior do que o poder do Pentágono. Mas, perto de outros generais americanos
famosos – como George S. Patton, Douglas MacArthur e William Westmoreland – Petraeus
é um doce. Essa postagem do jornalista Eliakim Araújo faz um bom apanhado do “affair”
que derrubou o chefão da CIA.
A soldada Lynndie England torturando um iraquiano |
O general da CIA e os podres poderes
Do Blog do Eliakim Araújo
Urinar em corpos de afegãos mortos, matar
inocentes aldeões daquele país pelo simples prazer de matar, metralhar do
helicóptero um grupo de civis iraquianos desarmados, incluindo dois
jornalistas, violentar soldadas, torturar presos... esses são os pecados
cometidos pelos militares norte-americanos em suas aventuras pelo mundo.
Mas tudo isso virou café pequeno perto do baita escândalo envolvendo, por
enquanto, dois generais quatro estrelas dos Estados Unidos e duas fogosas
mulheres, ambas ligadas à comunidade de informações.
Se
deprimente por um lado, a trama é fantástica do ponto de vista jornalístico,
porque envolve traição, sexo e espionagem, com poderosos personagens do
militarismo americano. O mais respeitado general quatro estrelas dos Estados
Unidos, ex-comandante das tropas no Iraque e no Afeganistão, em seguida,
diretor-geral da CIA, caiu em tentação e sua brilhante carreira militar
desmoronou como um castelo de cartas.
O general Petraeus e sua amante, Paula Broadwell |
Casado há
37 anos, o herói fardado David Petraeus (60 anos), não resistiu aos encantos de
uma mulher, Paula Broadwell (foto), casada, 40 anos e mãe de dois filhos, que
durante seis anos esteve muito próxima dele, enquanto escrevia sua biografia.
Da
intimidade entre personagem e biógrafa surgiu o romance inimaginável em se
tratando de Petraeus, tão respeitado por sua seriedade e competência em
assuntos de guerra, que chegou a ser cogitado levemente, lá atrás, para a
presidência dos EUA.
Mas o
romance entre o general e sua biógrafa teria ficado entre as quatro paredes do
quarto em que se encontravam, nos EUA ou no Afeganistão, não fosse a
aproximação de uma outra mulher, Jill Kelley, de 37 anos.
Aparentemente,
Petraeus e Kelley, também casada, não tiveram um relacionamento íntimo, seriam
amigos do tempo em que trabalharam juntos em um comando militar em Tampa,
Flórida.
Mas, por
algum motivo, Paula passou a ver em Kelley uma possível rival no coração do
general. E tratou de afastá-la, mas o fez de maneira errada, através de emails
ameaçadores, do tipo “afaste-se dele”, “ele é meu”. Kelley foi ao FBI e disse
que alguém a estava ameaçando.
Daí em
diante foi nitroglicerina pura. Os investigadores chegaram aos emails de Paula
e, em seguida, aos de Petraeus. O FBI encostou o general na parede e avisou: é
melhor você tomar a iniciativa de se demitir, porque a bomba vai estourar na
sua mão.
E lá se foi
o pequeno Petraeus – repararam como é baixinho e magrinho – para o cadafalso.
Confessou seu pecado e pediu desculpas pela traição “à família e ao cargo de
confiança na CIA”.
O general John Allen e e a suposta amante Jill Kelley |
Quando se
pensava que o episódio estava, até certo ponto, controlado, eis que o FBI faz
nova descoberta. Desta vez envolvendo outro general quatro estrelas, John
Allen, comandante-geral das tropas aliadas no Afeganistão, que substituiu
Petraeus quando este se aposentou no ano passado e assumiu a chefia da CIA.
Allen, este
sim, seria amigo íntimo de Jill Kelley. O FBI interceptou centenas de emails
trocados entre os dois, por enquanto taxados apenas de “correspondência imprópria”.
O FBI faz questão de afirmar que não há nenhuma acusação formal contra o
general Allen, mas deixou escapar que há entre 20 mil e 30 mil páginas de
documentos relacionados a emails trocados entre os dois. A Casa Branca
desmente, mas Allen pode ser o próximo a cair.
O glorioso Exército
de Tio Sam, como visto nas produções hollywoodianas, está caindo de podre em
seu comando e no comportamento de muitos de seus soldados que matam e morrem em
guerras das quais nem sabem os motivos.
E pensar
que, durante décadas, o falso moralismo dos militares impediu os
homossexuais de entrarem nas forças armadas. Só eram aceitos se
mantivessem segredo sobre sua orientação sexual, porque os generais achavam que
seria uma suprema vergonha para a hierarquia militar, um soldado ser comandado
por um homossexual.
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