Numa cerimônia em memória às
vítimas do Holocausto, ocorrida no domingo em Milão, o fanfarrão ex-primeiro-ministro
da Itália, Silvio Berlusconi, defendeu o legado do ditador fascista Benito
Mussolini. “As leis raciais foram a pior falha de Mussolini, que, em outros
aspectos, se saiu bem... Mussolini fez muitas coisas boas”, afirmou o imperador
da mídia italiana, que cogita disputar novamente as eleições, em fevereiro.
A declaração gerou reação do Partido
Democrata (ex-comunista), de centro-esquerda, que lidera as pesquisas
eleitorais. “É simplesmente asqueroso que justamente no dia da memória, Berlusconi
reabilite a ação do ditador que colocou a Itália na II Guerra Mundial”,
retrucou Débora Sarracchiani, deputada do Partido Democrata. A televisão
italiana, boa parte dela controlada por Berlusconi, deu pouco destaque à
declaração.
Berlusconi é dono da
corporação Mediaset, que controla as três maiores emissoras privadas de
televisão da Itália. Ele também é dono de bancos e presidente do clube de
futebol Milan. Segundo a revista Forbes, o admirador de Mussolini é a segunda
pessoa mais rica da Itália e o 74º homem mais rico da Europa, com uma fortuna
estimada em US$ 9 bilhões. Eleito primeiro-ministro da Itália por três vezes, Berlusconi
é acusado de desvio de recursos públicos, evasão de divisas, associação com a Máfia
e de elaborar leis para escalar da Justiça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário