Theodor Adorno |
O pensador alemão desvaloriza
as improvisações características do gênero, que diz serem afetadas pela
“estandardização, a exploração comercial e o enrijecimento do meio”. Para ele,
as improvisações jazzísticas não passam de “embustes”.
Meu amigo jornalista e profundo
conhecedor de música João Batista Natali minimiza a crítica, alegando que quando Adorno escreveu tudo isso,
em 1943, a
palavra “jazz” significava muita coisa, inclusive o rock-balada medíocre que
fazia sucesso durante a Segunda Guerra. Já o crítico Peter Townsend, em Adorno on Jazz: Vienna versus the vernacular,
diz que a falta de conhecimento do mestre frankfurtiano sobre o jazz era simplesmente espantosa.
Dave Brubeck, ao piano, com seu famoso quarteto |
Seja como for, Adorno não
deve ter ouvido David "Dave" Brubeck, jazzista morto hoje às vésperas de completar 92
anos. Além de se tornar conhecido por quebrar convenções desse gênero musical, Brubeck
também ficou famoso por seu ativismo político, integrando-se com músicos negros
em concertos em diversos clubes de jazz negros no sul dos Estados Unidos numa
época vigorava o apartheid em vários estados sulistas.
Como pianista, David Brubeck também aplicou ao jazz as influências clássicas de seu professor, o francês Darius Milhaud, tocando com um estilo considerado uma antítese ao norte-americano. Nos anos 1950, Brubeck levou concertos às universidades, quebrando o preconceito de que o jazz não tinha lugar no meio acadêmico.
Como pianista, David Brubeck também aplicou ao jazz as influências clássicas de seu professor, o francês Darius Milhaud, tocando com um estilo considerado uma antítese ao norte-americano. Nos anos 1950, Brubeck levou concertos às universidades, quebrando o preconceito de que o jazz não tinha lugar no meio acadêmico.
O genial e erudito Adorno não entendia de jazz - ninguém é perfeito. Mas se este gênero fosse mesmo “regressão da audição”, como classificar techno, sertanejos, axé e pancadões de hoje?
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