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quarta-feira, 28 de março de 2012

A OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA

“Consumir é uma forma de ter, e talvez a mais importante da atual sociedade abastada industrial. Consumir apresenta qualidades ambíguas: alivia ansiedade, porque o que se tem não pode ser tirado; mas exige que se consuma cada vez mais, porque o consumo anterior logo perde a sua característica de satisfazer. Os consumidores modernos podem identificar-se pela fórmula: eu sou = o que tenho e o que consumo” (Eric Fromm, Ter ou Ser?)


“Vivemos o tempo dos objetos (…) existimos segundo o seu ritmo e em conformidade com a sua sucessão permanente” (Jean Baudrillard, Sociedade de Consumo)

“O hiperconsumismo desenvolve-se como um substituto da vida que almejamos, funciona como um paliativo para os desejos não realizados de cada pessoa. Quanto mais se avolumam os dissabores e as frustrações da vida privada, mas a febre consumista irrompe a título de lenitivo, de satisfação compensatória, como um expediente para ‘reerguer o moral’” (Gilles Lipovetsky, A sociedade da decepção)
Obsolescência programada é o nome dado à vida curta de um bem ou produto projetado de forma que sua durabilidade se dê apenas por um período reduzido. É uma estratégia mercadológica que visa garantir um consumo constante por meio da promoção da insatisfação no consumidor, de forma que os produtos que satisfazem as necessidades daqueles que os compram tornem-se obsoletos em um curto espaço de tempo, tendo que ser substituídos rapidamente por outros, mais modernos. Surgiu nos anos 1930, criada entre outros por Alfred Sloan, presidente da GM, que buscou incentivar os consumidores a trocar de carro tendo como apelo a mudança anual de modelos e acessórios. Bill Gates e Steve Jobs são seus principais discípulos.


Um filme chamado The Light Bulb Conspiracy (A Conspiração da Lâmpada, em tradução livre), de Cosima Dannoritzer, ilustra a evolução do conceito e sua aplicabilidade nos dias de hoje. Qualquer um de nós já passou por isso: você tem um aparelho eletrônico, um DVD player, um televisor ou uma impressora. Eles quebram e você tenta consertá-los, mas geralmente o reparo ficará mais caro do que comprar outro produto e mais novo. Por que os equipamentos ficam obsoletos tão rapidamente? Porque chegaram ao limite programado pelos próprios fabricantes. Trata-se de um círculo vicioso: com maior número de produtos obsoletos, cresce o consumismo, aumenta a quantidade de lixo não-reciclável, novas tecnologias aumentam a produtividade e tornam um número cada vez maior de pessoas social e economicamente desnecessárias.




Um comentário:

  1. Download do Documentário - A Obsolescência Programada - http://bit.ly/L81C4s

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