Cardeal Bergoglio, agora papa Francisco I |
Em 2005, por exemplo, Bergoglio
foi denunciado na Justiça por supostas ligações com o sequestro de dois missionários
jesuítas em 23 de
maio de 1976 , realizado por um comando da Marinha. As vítimas eram Orlando Virgilio Yorio e
Francisco Jalics, companheiros de Bergoglio na Companhia de Jesus, cuja
congregação fazia trabalhos de ajuda social numa localidade do bairro de Bajo
Flores. O advogado e ativista dos direitos humanos Marcelo Parrilli, que
fez a denúncia, se baseou em artigos de jornal e no livro Igreja e Ditadura, de Emilio
Mignone, fundador do Centro de Estudos Legais e Sociais.
O cardeal sempre se orgulhou
das boas relações que mantinha com os comandantes militares,
particularmente com Emilio Massera, da Marinha. Num documento datado de 1976 Bergoglio justifica o apoio da Igreja Católica à ditadura: “de nenhuma
maneira pretendemos formular uma posição de crítica ao governo”, pois um
fracasso do Processo “levaria, com muita probabilidade, ao marxismo”.
Em 2011, veio à tona a
possível participação de Bergoglio em um caso de sequestro de bebês, prática comum da ditadura, que assassinou várias mulheres grávidas ou com filhos
pequenos. O Tribunal Oral Federal nº6 convocou o cardeal a depor no
processo de Estela de la Cuadra ,
uma das fundadoras das Avós da Praça de Maio. Segundo Estela, o cardeal papa
tem relevantes informações sobre o desaparecimento de sua sobrinha, Ana,
roubada dos braços da mãe em uma delegacia de La Plata.
Também em 2011 a Justiça da França solicitou
que a Justiça argentina tomasse o depoimento de Bergoglio pela suspeita de
participação no desaparecimento de um padre francês que morou na Companhia de
Jesus. O testemunho de uma monja em 1984 já indicava a relação do então chefe
da congregação com o sequestro que resultou nas mortes de Gabriel Longueville e
do sacerdote Carlos de Dios Murias.
Monsenhor Bergoglio e o ditador Jorge Rafael Videla |
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